Cotas para negros e pardos nas universidades


Cotas para negros e pardos nas universidades, políticas de inclusão para pobres e ódio racial. As ações afirmativas e sua repercussão.

JOSÉ CLÁUDIO SOARES¹

Se traçarmos um paralelo entre o sistema de cotas adotado no brasil tendo como base no modelo americano poderemos observar que não houve uma adequação do sistema adotado nos EUA a nossa realidade. Os pensadores e cientistas envolvidos
a priori copiaram o modelo sem levar em conta as infinitas variantes socio-historico-culturais que existem entre essas nações. O atual governo brasileiro, deveria substituir esse sistema racial por um modelo social, ou seja, no lugar de cotas para negros deveria instituir cotas para pobres, dada a questão social no país onde o grande excludente não é a raça e sim o baixo nível de renda da população. Em outros paises,(a exemplo os EUA) a segregação racial é mais flagrante que a social, sendo assim ao importarmos o modelo americano sem levar em conta esse aspecto, estaremos criando uma situação artificial que não condiz com a realidade de nosso país, aumentando assim o processo de baixa auto-estima dos estudantes negros que passam a ser vistos como menos aptos em comparação com os alunos ditos brancos.
Esse entrave não se dá apenas no campo ideológico, tendo também implicações políticas uma vez que a própria constituição brasileira afirma que todos são iguais, não havendo distinção por credo, cor, etc. tornando assim inconstitucional o atual sistema de cotas. Mesmo nos EUA esse sistema esta sendo abolido por não atender as espectativas de inclusão, onde culminou sim para o aumento da discriminação racial pouco contribuindo para a integração do estudante negro na sociedade. As assim chamadas ações afirmativas não se adequam ao sistema educacional como podemos inferir do próprio modelo americano de onde foi importada.
Uma política educacional que não leve em conta a historia da população a que se destina será fadada ao insucesso, no caso brasileiro não podemos estabelecer como critério de cotas a dicotomia brancos X negros, nossa sociedade tem mais implicações e a maior delas é a social. Essas medidas adotadas são inadequadas por não contemplarem esse prisma; um branco carente tem tanta dificuldade de ingresso nas instituições de ensino quanto um negro pobre. Se em lugar de cotas para ingresso nas universidades fosse adotada uma política de bolsas para alunos carentes por exemplo, o universo de alunos atendidos seria maior. Esse recorte equivocado da sociedade feito por nossos governantes e seus teóricos só contribui para o aumento da discriminação contra os negros.
As políticas afirmativas adotadas em outros países tem uma clientela bem definida(o que não ocorre no brasil): Imigrantes na espanha e bélgica; minorias étnicas no irã, índia e canadá etc. Essas populações pouco se misturaram e podem ser separadas de maneira mais eficaz em um contexto maior o que já não ocorre no brasil onde o processo de miscigenação que vem ocorrendo desde a época do descobrimento não nos permite dividir com clareza a parcela negra da branca numa população tão heterogênea quanto a nossa. Apesar desses indicadores o governo brasileiro continua a adotar o modelo bi-racial americano onde não há a presença de categorias como pardos, mulatos, morenos só existindo a de negros e brancos.
A grande questão a ser levada em conta é de que cada grupo, seja o seu extrato analisado étnico, social, religioso dentre outros deva ter políticas educacionais próprias que devem ser tratadas dentro de suas especificidades igualando os desiguais e não acentuando as suas diferenças.
Outra questão que deve ser levada em conta no processo de acesso às intituições de ensino superior e a de que o maior entrave se dá já na educação basica. Os investimentos na área educacional devem proporcionar ações que fomentem o ingresso e a permanência do aluno( seja de qualquer extrato) na educação básica e nos demais níveis de ensino. Ações que melhorem o nível de ensino na escola pública, que aumentem os indicadores sociais possibilitariam um maior acesso destes alunos às intituições. o governo deveria adotar políticas nesse sentido abrangendo uma parcela maior da sociedade.


1 – Pedagogo; especialista em docência do ensino superior; especialista em psicopedagogia. Técnico em educação.

Piriguetes, Gaby Amarantos e aparelhagens


Esse ano, o Brasil e em especial os paraenses testemunharam a explosão da cantora e projeto de cover da Beyoncé Gaby Amarantos. Nada contra a minha conterrânea, gosto é gosto, vivemos num país dito democrático onde temos que aprender a conviver com as diferenças, sem contar que ela merece seu lugar ao sol e os 15 minutos de fama que está recebendo agora.
O que me preocupa enquanto educador é o tipo de modelos estamos oferecendo aos nossos jovens. Nas novelas e demais programas de televisão mostram atrizes lindas vestidas de "periguetes", ao som do "tecnobrega", o que acaba por influenciar as pessoas a seguirem essa tendência. O perigo mora justamente ai, nessa glamorização. As atrizes que aparecem rebolando e dançando em trajes sumários são muito bem pagas e estão representando um papel, dificilmente utilizam na vida real modelitos mostrados nas novelas e muito menos escutam ou participam de festas onde esses estilos musicais tocam. Essa é a industria televisiva que lucra com isso, deixando de mostrar a prostituição,violência e uso de drogas sempre presentes em festas de aparelhagens, onde a grande maioria dos frequentadores é menor de idade, de baixa renda e não muitas vezes longe do ambiente escolar e com pouco ou nenhum suporte familiar. Quem mora em Belém do Pará sabe ao que estou me referindo e pode atestar em plena semana essas festas acontecendo em todos os bairros da cidade com quase nenhuma fiscalização das autoridades salvo aquela parada estratégica da polícia que todos sabemos para que é. Não tenho nada conta os músicos que vivem disso, nem contra os donos de aparelhagens, emissoras de televisão e rádio, eles só estão ganhando seu dinheiro e deixando o ônus para a sociedade.
Não são os filhos e filhas deles que estão em situação de risco. Clamo as autoridades competentes que tomem medidas mais severas em eventos desse porte e coíba o ingresso de menores de idade. Não é uma simples questão de gosto "cultural"  cada um pode fazer o que quiser desde que tenha discernimento para isso, como cidadãos devemos combater essas mazelas embutidas nesses modismos que catalizam e amplificam os problemas sociais de uma população já fragilizada, como acontece no Rio de Janeiro com os bailes funk,onde observamos os mesmos aspectos já relacionados aqui.

Para saber mais: clique aqui

Esse é um bom exemplo da nossa cultura
La Pupuna - Ela é americana



Para relaxar...

....um clipe de meu irmão tomé azevedo : Filha de Yemanja - Juliele


O amor

Dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido,
mas dar é bom pra cacete.

Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca,
te chama de nomes que eu não escreveria,
não te vira com delicadeza,
não sente vergonha de ritmos animais.

Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar,
sem querer apresentar pra mãe,
sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.

Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral,
te amolece o gingado, te molha o instinto.

Dar porque a vida de uma publicitária em começo de carreira é estressante, e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar,
para apresentar pra mãe,
pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha amor?".
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda,
muito mais do que
qualquer coisa,
uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa,
cura o mau humor,
ameniza todas as crises e faz você flutuar
o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.

Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Mas... experimente ser amada."

Me diga o que é o amor...

Me diga você, que já viveu muitas vidas e ainda assim não sentiu a bela brisa da manhã de fins de novembro, quando parece que o mundo conspira pra fazer-te feliz ( a despeito de teus sentimentos de melancolia), me diga como poderemos ser felizes em fim, como poderemos esquecer nossos erros e cavalgar juntos em busca da tão sonhada felicidade propagandeada em anúncios de neon, no meio de ruas pelas quais não passamos. Enquanto outras pessoas exercem sua tão hábil futilidade, ainda consigo vislumbrar( e me comover com ) os teus olhos pequenos e sábios a me cortejar, mesmo quando me dizes os maiores absurdos lembrando de meus erros, de coisas e de pessoas que não mais povoam um minuto sequer de minha lembrança e que não atribuem, agregam ou retiram nada do que sou e quero pra mim.
pense e lembre sempre que és minha certeza, meu vórtice. Minha vontade se queda e se move em função e por você. Quero meus momentos contigo. teu sussurro, teu sorriso, me alimentam e me dão um norte um futuro e uma certeza. teus braços como minha fortaleza, meu ponto de partida e terra não explorada a grassar, como naufrago ou corsário, mas sempre na certeza de que cada momento, ´por mais fugaz que seja, torna-se perene quando lembro da vida abismal que tive..antes de me sentir aquecido pela estrela da manhã que você representa em minha vida.



"Os Movimentos imigratórios no Brasil

Nosso  país é uma terra de contrastes. Desde a época da colonização portuguesa, às entradas dos bandeirantes perpassando o ciclo da borracha e da cana de açúcar, fomos movidos por essa força que é a mão de obra invisível, mal remunerada e aproveitada a exaustão de negros escravos,índios catequizados, migrantes italianos, nortistas da borracha e nordestinos construindo ideais megalomaníacos como Brasília, capital da esperança, do "país do futuro" como diria Zweig
Passado o boom expansionista e com o advento da globalização, pode-se pensar que o fenômeno de êxodo social tão estudado em décadas passadas estaria em em fase de equilíbrio e diminuição. Ledo engano; mudamos o panorama econômico e cultural em muitas frentes mas o cerne da questão ainda é o mesmo. persiste a necessidade de políticas públicas que contemplem o desenvolvimento econômico sem que para tanto se formem "bolsões" de desenvolvimento artificiais, carentes de mão de obra não especializada. Esse fenômeno, já há muito entronizado em nossa cultura, colabora para os movimentos sazonais de migração para os grandes centros, em busca de melhores condições de subsistência, fuga da fome, da violência. muda-se o cenário, mas os atores são os mesmos. Nossas "zonas francas" mostraram-se insuficientes e ineficazes para garantir autonomia de geração de emprego e renda. A exploração do potencial turístico no nordeste não absorve e/ou atende a demanda por trabalho. Continuam ainda a vender o sonho de uma vida melhor os estados de São paulo e Rio de Janeiro, amparados pela campanha estatal como as da copa do mundo por vir que trará empregos e renda. Vivemos a época da informação, mas nossa sociedade em sua maioria carece do básico, e por esse motivo ainda persistirá, em ampla expansão a figura do retirante, com olhos tristes e esperançosos a espera do seu tão almejado, e de várias formas cantado, contado e quase nunca alcançado, lugar ao sol.